Zezito
Guedes nasceu em 1936, na cidade Juru - PB, e , reside hoje na cidade
de Arapiraca, definir Zezito Guedes é sem sombra de dúvida uma
tarefa complexa, visto que, sendo autodidata na arte de esculpir, o
mesmo transita de forma coerente e eclética nas mais variadas
ocupações, como o mesmo define suas atividades diárias; mas entres
suas ocupações – protético, folclorista e pesquisador, etc.-,
quero destacar, o perfil do artista plástico – o escultor.
Zezito
Guedes começou a experimentar a arte de modelar, começando com
trabalho em gesso, pelo seu próprio prazer interior de criar.
Porém, para aperfeiçoar o dom que Deus lhe deu, foi inserindo em
acervo de trabalho, a madeira a pedra, o ferro e, outros matérias;
se aperfeiçoando a cada instante com o cinzel do tempo. Diante de
todas as brilhantes definições de arte, a que mais me chama a
atenção é a capacidade do artista, em transmitir sentimentos
através das imagens – a escultura. As imagens nos trazem
lembranças, nos remetem para o futuro, e propiciam inesquecíveis
momentos de bem estar e conforto.
Propiciar
sentimentos de bem estar e conforto, é um design agradável é o que
caracteriza o trabalho do artista plástico Zezito Guedes, que tem se
destacado justamente por conseguir através da escultura, unir o
sentimentos de bem estar a um design
agradável e harmonioso, incomum, plausível a todo tipo de ambiente;
trabalho forjado com um olhar preciso, meticuloso, retratando a
natureza nordestina, com sua pujança mística e real, sintetizando
dessa forma a cultura nordestina. Destarte, o mesmo incursa por temas
universais, resplandecendo sua vertente criadora.
Seu
trabalho encontra-se disseminado em Arapiraca e, algumas cidades do
Nordeste, bem com na região Sudeste. Em uma de suas exposição em
1975, na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife-PE, o imortal Ariano
Suassuna teceu o seguinte comentário: ''(…) Com Zezito Guedes,
surge, mais uma vez, a confirmação daquilo que vivo dizendo a
respeito do Nordeste e do nosso grande povo: ambos têm reservas
maravilhosas de invenção e criação, e de vez em quando como
acontece agora com Zezito Guedes, irrompe de todas as deformações
que andam fazendo, para aparecer com uma obra pura e forte, como é
sem dúvida, a escultura em madeira desse moço, nascido no sertão
paraibano – aquele chão ensanguentado e sagrado pelas lutas de
Princesa em 1930''.
Em,
outro momento – ano de 1974 – no 1° Salão de Arte Global de
Pernambuco, em Recife-PE, Olívio Tavares de Araújo, da Revista
Veja/agosto de 1974, enfatizou o seguinte comentário sobre o
pungente e expressivo trabalho do artista: “Um caso significativo
(no 1° Salão de Global) foi o do alagoano Zezito Guedes, surgindo
nos últimos instantes de inscrição com três grandes esculturas
feita em tronco de árvores e trazido de ônibus por ele próprio.
Embora rudimentares e pesadas, elas eram suficientes expressivas
para acabar conquistando um dos prêmios aquisitivos do Governo de
Pernambuco”.
Finalmente,
com essas palavras e de forma plástica dentro do universo das arte
de escrever, tentei de forma humilde, esculpir de forma simplória,
aquele que resplandece por si próprio, com brilho peculiar e
incomum, ao seu mundo escultural e gigante, que salta ao universo das
palavras, que é o nosso eclético e por que não? Nosso Hércules
do ageste alagoano, Zezito Guedes.