sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mestres da Cultura Popular recebem homenagens da Prefeitura

Arapiraca é um celeiro de artistas, sobretudo da Cultura Popular Tradicional. Foi isto o que ficou evidente na cerimônia de homenagem aos mestres e destaques culturais e na abertura da exposição da vida e obra deles no Museu Zezito Guedes, na noite desta quinta-feira (22).
O evento foi idealizado pela prefeita Célia Rocha (PTB) para dar evidência aos que fizeram da cidade uma referência nas artes em todo o Nordeste.

No interior da instituição museológica, localizada na Praça Luiz Pereira Lima, antiga “Praça da Prefeitura”, bairro do Centro, há informações sobre nove mestres, com suas especificidades distintas.

“Incentivadores culturais, artistas autodidatas e disseminadores da arte popular. Estes são os nossos mestres Nelson Rosa, Velho Mestre Davi, dona Eurides Ferreira, João do Pife, Pai Alex, Nego Aboiador, seu Cecílio, Mestre Duda e Zezito Guedes, este último recentemente aclamado pelo Conselho Estadual de Cultura e pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) como Patrimônio Vivo de Alagoas, este paraibano que dedicou sua vida à memória histórica de Arapiraca”, pontua a secretária Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Tânia Santos.

Estiveram na cerimônia de abertura a secretária de Cultura; o diretor de Ação Cultural da pasta, Wagno Godez; o vice-reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Clébio Araújo, representando o Conselho Municipal de Cultura; a diretora do Memorial da Mulher Ceci Cunha, Isabela Santos; e Nelson Rosa, representando todos os mestres presentes.

Para Clébio Araújo, esta é uma homenagem simbólica, pois todos os fazedores de cultura presentes no evento deveriam se sentir agraciados. “Eles são mais que guardiões das formas próprias de pensar e agir; eles conseguem transmitir isso com uma clareza e simplicidade que acabam tendo o mesmo mérito que qualquer artista erudito”, destaca o vice-reitor.

Com a palavra, o mestre Nelson Rosa exaltou o projeto semanal da Prefeitura de Arapiraca, com o comando de Afrísio Acácio do Acordeon. “É um projeto sério que leva a arte para o meio do povo, todas as segundas-feiras, nesta mesma praça, com participação de sanfoneiros e emboladores das cidades circunvizinhas e até de Sergipe”, parabeniza. Ao final, ele, aos 79 anos de idade, declamou inteiro o poema “Vida de Caboclo, o segundo que fez em sua vida.

Nego Aboiador e Antônio Sobrinho cantaram uma toada que orienta o povo a não mais se envolver com bebidas alcoólicas e, em seguida, Afrísio declamou a poesia “Minha Linda Arapiraca”.

Foram homenageados como destaques culturais o sanfoneiro Domingos da Fonseca Sobrinho, o seu Domingos; as destaladeiras de fumo Josefa Lima da Silva, a mestra Zefinha,  Maria Joana da Silva, a dona Nega, e Angelina da Silva, a dona Angelina; o incentivador cultural Paulo Lourenço da Silva, o Paulo do Bar; o acordeonista Afrísio Acácio; o declamador José Cícero dos Santos, o Zé do Rojão; o músico José Cícero dos Santos, o Bastinho da Sanfona; a dona Espedita Sobreira, a Ditinha da Sanfona; o artista plástico José Carmo de Sá, o José de Sá; a dançarina de Pastoril, Marize Barbosa Ribeiro, a dona Marize; e a escultora e artesã Marta Lúcia de Arruda Pereira, a Marta Arruda.

Foram agraciados, com diplomas de Mérito Cultural, José Magalhães Silva, o mestre Duda, como “Mestre do Reisado”; Eurides Ferreira da Silva, a dona Eurides, como “Mestre de Pastoril; Nelson Vicente Rosa, o Nelson Rosa, como “Mestre do Coco de Roda”; Cecílio Francisco da Silva, o seu Cecílio, como “Mestre na Afinação de Sanfona”; José Gomes Pereira, o Zezito Guedes, como “Mestre Artesão”; João Bibi dos Santos, o João do Pife, como “Mestre de Pífano”; Alex Gomes da Silva, o Pai Alex, como “Mestre da Cultura Afrobrasileira”; Davi Bernardino, o Velho Mestre Davi, como “Mestre de Quadrilha”; e José Cosmo de Araújo, o Nego Aboiador, como “Mestre de Toadas e Aboios”.

Seu Cecílio, que há mais de 50 anos carrega a arte de consertar sanfonas, se disse surpreso com a honraria dada pela Prefeitura de Arapiraca e pela Sectur. “Depois de velho, não esperava tamanho reconhecimento”, diz ele, que foi personagem do documentário arapiraquense “Salão dos Artistas”, no ano passado, o qual tratou de seu ofício.

Já Silorvique Lima, filho do Velho Mestre Davi, falecido no mês de maio deste ano, se emocionou na entrega do diploma e disse que vai continuar o legado de seu pai, resgatando culturalmente os jovens do bairro de Senador Nilo Coelho. 

“Parece que a palavra 'mestre' tem uma semântica diferente no Nordeste. Não cabe na gramática usual. Aqui, em Arapiraca, temos várias figuras que consideramos hoje peritos graduados e versados na cultura popular. Não apenas mestres, mas doutores do saber. Vamos trabalhar para mais e mais jovens de escolas da rede municipal venham conhecer um pouco essas histórias de vida e vitória. Porque é apenas tendo ciência de algo que valorizamos. E é dando evidência à tradição que o novo vem fortalecido”, diz a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Tânia Santos.

A mostra ficará no Museu Zezito Guedes até o dia 21 de setembro e depois segue em um circuito itinerante.


POR: ASCOM ARAPIRACA 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Caixa Preta Fotoclube faz exposição no Museu Zezito Guedes

Uma mostra de registros fotográficos está em exposição no Museu Zezito Guedes, na Praça Luiz Pereira Lima, antiga “Praça da Prefeitura”, no bairro do Centro de Arapiraca, desde a noite desta quarta-feira (14).

Com o apoio da prefeita Célia Rocha (PTB), a exposição “Praça: Novas Formas, Novos Momentos” está em destaque na instituição museológica das 18h30 até as 21h desta sexta (16), com a coordenação do Caixa Preta Fotoclube.
Ao entrar no local, o público, de fato, se sente numa caixa preta, pois toda a luz que sai é apenas a do data show, projetando nas paredes os resultados obtidos em experiência por fotografia “pinhole” (em tradução livre, “buraco de alfinete”).

“Nós fizemos estes registros em latinhas de alumínio, com papel fotográfico dentro. A luz entrou por uma pequenina fresta, a imagem foi captada e ficou em negativo”, diz a estudante Isadora Magalhães. As fotos foram feitas na própria Praça Luiz Pereira Lima, utilizando todos os espaços.

Segundo ela, o clube de fotografia começou por conta deste projeto de registros em preto e branco, realizado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), com a professora Carla Melanias.

“Este curso, que durou seis meses, foi o 'embrião' para o Caixa Preta Fotoclube, que hoje tem 17 membros e sede no bairro de Santa Esmeralda”, diz Isadora Magalhães. De acordo com a estudante, o intuito maior deles é fazer com que o público veja a cidade com outra perspectiva e possa participar da obra.

“Colocamos o projetor de forma que os espectadores possam passar pelas fotos, se sentirem parte delas e dizer: 'Olha, eu estou na praça!'”, pontua.

A mostra acontece em paralelo à II Semana do Audiovisual (Seda), que tem exibições de filmes alagoanos gratuitamente na arena da mesma praça (confira programação aqui).

Por: Ascom Arapiraca

 

sábado, 3 de agosto de 2013

Historiador Zezito Guedes é eleito pelo Conselho Estadual de Cultura como Patrimônio Vivo de Alagoas

Arapiraca recebeu com muita alegria, no último dia 31, a grande notícia sobre a escolha de um paraibano, mas arapiraquense por adoção por ser Cidadão Honorário da Cidade, através de projeto de autoria do vereador Moisés Machado, como um dos escolhidos pelo Conselho Estadual de Cultura, entre 32 inscritos como Patrimônio Vivo de Alagoas de 2013, o escultor e historiador José Gomes Pereira (Zezito Guedes).

O Conselho acatou por unanimidade os nomes de Pedro Cassino dos Santos (artesão) e José Gomes Pereira (artesão, poeta e pesquisador). O processo agora segue para determinação do Secretário de Estado da Cultura e divulgação no Diário Oficial do Estado.
Nascido no município de Princesa Izabel, na Paraíba, Zezito Guedes, depois de passar sua infância no alto Sertão paraibano, chegou em Arapiraca aos seis anos de idade acompanhado pela avó materna, Severina Guedes, onde vive até os dias de hoje.
Aos quinze anos já desenvolvia suas atividades como protético e estudava no Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho.
Como autodidata, dedicou-se às artes como escultor, mas apenas em 1966, Zezito Guedes esculpiu as primeiras peças em madeira e iniciou efetivamente sua trajetória de exposições pelo Nordeste.
Entre os trabalhos desenvolvidos pelo escultor, destacam-se exposições no Salão de Arte de Arapiraca, em 1967, Menção Rosa, Festival do Sesquicentenário da Independência, em Recife, em 1972, sendo agraciado com a Medalha de Bronze.
Zezito Guedes também teve participação efetiva em salões de Artes do Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Pernambuco.
Também participou do Festival de Verão de Marechal Deodoro, em 1968, onde recebeu o prêmio de primeiro lugar. 
Mesmo sendo um defensor intransigente da cultura nordestina, onde inclusive é o autor do livro “Cantigas das Destaladeiras de Fumo”, o historiador Zezito Guedes nunca foi reconhecido pelo seu trabalho. “Ele é a história viva da nossa cidade, de nossas raízes e da nossa cultura”, lamentou o autor do projeto, Moisés Machado, autor do Decreto Legislativo, outorgando na época, o titulo de Cidadão Honorário de Arapiraca ao historiador.
  
Durante muitos anos, Zezito Guedes manteve o seu atelier na Avenida Rio Branco, centro de Arapiraca, onde recebia diariamente dezenas de estudantes  universitários, pesquisadores e até historiadores de outros estados, a sua procura para colher informações e dados sobre a história de Arapiraca.
POR: 96FM ARAPIRACA  /// Cláudio Roberto


Nosso objetivo no presente trabalho foi desenvolver um ambiente virtual, site institucional do museu Zezito Guedes, que disponibilize, inicialmente, para as escolas da rede pública municipal de Arapiraca, informações sobre os conteúdos do acervo do museu e as atividades culturais desenvolvidas em seu espaço. Além disso, o museu virtual deve utilizar de meios de comunicação próprios na internet como e-mails e boletins para divulgar o trabalho desenvolvido auxiliando no contato e agendamento prévio de visitas escolares . Dessa forma, acreditamos que o IFAL, dentro de sua política de extensão, possa contribuir para o desenvolvimento educacional desta região na medida em que colocará a disposição da comunidade educacional local uma nova ferramenta pedagógica que possa auxiliar no processo de ensino e aprendizagem agregando histórias, museu e internet.